quinta-feira, 5 de junho de 2014

Por do sol


A cada pôr do sol, que assisto, me sinto mais rico. A certeza de que o Criador colocou outra moeda em meu romance com a criação. Gosto de ser criatura, de beber essa aventura. 
O sol espalha as mesmas e novas cores e entra para um cofre esverdeado. Ele se ajeita por cima das copas macias das arvóres e vai afundando a sua preguiça nas montanhas. Sei que nesse cofre das matas guardo milhares de moedas solares, milhares de crepúsculos vespertinos que foram realmente contemplados.

(Regina Drummond e Jonas Ribeiro)




Gosto de brincar de imaginar o que eles pensavam ou falavam enquanto remavam. Ou será que não falavam e só admiravam? E se um tivesse falado para o outro: "estamos indo para o lado errado, a direção certa é para lá". o que o outro responderia? mudariam a direção ou avançariam para cá? Se o destino for bom, tanto faz o final, a final, o que importa é que sempre haverá outra estrada, outro caminho outro rumo e outro pôr do sol.

Eu gosto da simplicidade que a vida me oferece. Há um espetáculo de aquarelas que acontecem todos os dias, É quando a natureza nos convida para a reflexão do que fazemos com nossa vida, e nos fala que não importa o quanto você foi feliz hoje, ou o quanto você chorou hoje. Não importa quanto dinheiro você ganhou, ou quantos amigos encontrou, quantas pessoas teve que cumprimentar no trabalho, ou quanta dificuldade teve que passar. No final do dia, por volta das 18:00 ele sempre acontece. 365 dias por ano. Mas há um detalhe: ele nunca se repete, nenhum por do sol é igual ao outro, as cores nunca são as mesmas nem as aves que passeiam são as mesmas. Assim como as pessoas, a vida ou as oportunidades.